Uma noite que durou 45 anos

[24/05/2013 17:52:55] M: Que horas são aí prá você, noite ou dia? Você foi pro Japão? Já seiii: tá na Sibéria e congelou. Né? Agora você é o Iceman. Congelou de medo? É meu bem, paixão dá medo. Pior: enlouquece, pira. “Por que você terminou nosso namoro? Nunca entendi”, você me perguntou quando consegui te achar. Medo, respondi: aquele menino louro, lindo, com uma voz encantadora, um sorriso iluminado, despencou como um sol na minha frente, me cegando e me queimando. Me apavorei, percebendo que perdia o controle sobre mim.

[24/05/2013 18:11:33]M: O filme era “As Sandálias do Pescador” com o Anthony Quinn, você me disse, contando a história. Eu: “filme, tinha filme?”, enquanto você ia lembrando dos detalhes do nosso primeiro encontro: “Quando o filme acabou alguém nos apresentou… Eu não sei como consegui falar alguma coisa na hora, se é que falei. Mas naquele momento soube que te amaria, e que a amaria a minha vida inteira. Foi uma coisa boa, M. Perdi as contas das vezes que me lembrei e revivi cada momento que a gente esteve junto, dos carinhos e emoções que eu experimentei pela primeira vez, por mais adolescente que tenha sido, por mais curto o tempo que tenha durado. Nunca mais outra mulher causou tamanho impacto em minha vida e, certamente, nenhuma me foi mais fiel; nunca mais você me deixou. Acho que vivi uma vida razoavelmente feliz e sempre agradeci a você ter feito parte dela. Nem sei se nos procuramos ao mesmo tempo, mas que alegria te encontrar e poder, finalmente te dizer estas coisas. Você foi a paixão, o grande amor da minha vida!!!”. Continuar lendo Uma noite que durou 45 anos

Os cadeados do amor

[21/05/2013 09:24:37] M: Caramba como você é turrão! São 9 horas da manhã do dia 21 de maio de 2013 e até agora nada, nem um sinal de vida! Não quer mais falar comigo? Já me bloqueou e me mandou para aquele lugar onde os fantasmas habitam, assombrando os vivos, falando sem serem ouvidos? E você não me dá nem a mesa com o copo prá eu me comunicar com você.

[21/05/2013 09:25:49] M: você fazia essa experiência quando era criança? Quando vovô morreu, duas tias puseram prá correr as crianças da sala porque elas iam conversar com o vovô – ou a gente que pensou isso, sei lá. Sabe como são as crianças né? O caso é que nosso quarto ficava bem em frente da sala da casa do meu tio, e lá de casa nós víamos tudo.

[21/05/2013 10:27:33] M: Sabe aquele negócio do copo andar sobre a mesa e o espírito de porco, digo, no copo, vai de um em um? Então, pelo menos as minhas tias falavam com os espíritos na mesa através do copo. Quer falar assim comigo? Quer? Um novo meio de comunicação entre nós?

[21/05/2013 19:34:30] M: Ou é vingança ancestral??! “Vingança é um prato que se come frio” – é isso?  Continuar lendo Os cadeados do amor

Réquiem* para o patriarca

– “Onde começa o cavalheirismo e termina o machismo?”, pergunta Bruno.

– “O que você acha?, eu digo.

– “Ontem eu tava numa roda conversando com um cara e várias mulheres – todas financeiramente independentes. Para elas o cara tem que pagar a conta do jantar – é uma ‘cortesia’ nunca deixá-las dividir”.

Bruno diz que, embora possa contar nos dedos as vezes em que dividiu uma conta, fica incomodado com a imposição de um modelo único, “clássico, que sempre deu merda prás mulheres”. Esses “pré-estabelecidos” não seriam expressão do “machismo”? “Qual sua opinião?” Continuar lendo Réquiem* para o patriarca