“Cada dia pienso en ti”

Em 12 de agosto de 2012:

19:13: vamos namorar? Que tal? Se esperarmos mto mais tempo iremos parecer os personagens do amor no tempo do cólera kkk… viveremos num barco, rio abaixo, rio acima (clique aqui para assistir).

19:15: adorei esse livro. Não sabia desse filme dirigido por Mike Newell. O produtor Scott Steindorff levou 3 anos tentando convencer Garcia Márquez a liberar os direitos do filme e sabe o que ele dizia? Que ele era o próprio Florentino e que nunca desistiria. Com a determinação de uma pedra, como Florentino, ele acabou conseguindo e foi o próprio Garcia Márquez quem convidou a Shakira prá fazer a trilha sonora. Nessa amostra que te mandei dá prá ver a Fernanda Montenegro no papel da Trânsito Ariza, mãe do Florentino que, como você sabe, amou Fermina por toda a vida e, como você, saiu pelo mundo inscrevendo o nome deles nos bancos das praças e em tantos lugares pelos quais andou. Continuar lendo “Cada dia pienso en ti”

Uma noite que durou 45 anos

[24/05/2013 17:52:55] M: Que horas são aí prá você, noite ou dia? Você foi pro Japão? Já seiii: tá na Sibéria e congelou. Né? Agora você é o Iceman. Congelou de medo? É meu bem, paixão dá medo. Pior: enlouquece, pira. “Por que você terminou nosso namoro? Nunca entendi”, você me perguntou quando consegui te achar. Medo, respondi: aquele menino louro, lindo, com uma voz encantadora, um sorriso iluminado, despencou como um sol na minha frente, me cegando e me queimando. Me apavorei, percebendo que perdia o controle sobre mim.

[24/05/2013 18:11:33]M: O filme era “As Sandálias do Pescador” com o Anthony Quinn, você me disse, contando a história. Eu: “filme, tinha filme?”, enquanto você ia lembrando dos detalhes do nosso primeiro encontro: “Quando o filme acabou alguém nos apresentou… Eu não sei como consegui falar alguma coisa na hora, se é que falei. Mas naquele momento soube que te amaria, e que a amaria a minha vida inteira. Foi uma coisa boa, M. Perdi as contas das vezes que me lembrei e revivi cada momento que a gente esteve junto, dos carinhos e emoções que eu experimentei pela primeira vez, por mais adolescente que tenha sido, por mais curto o tempo que tenha durado. Nunca mais outra mulher causou tamanho impacto em minha vida e, certamente, nenhuma me foi mais fiel; nunca mais você me deixou. Acho que vivi uma vida razoavelmente feliz e sempre agradeci a você ter feito parte dela. Nem sei se nos procuramos ao mesmo tempo, mas que alegria te encontrar e poder, finalmente te dizer estas coisas. Você foi a paixão, o grande amor da minha vida!!!”. Continuar lendo Uma noite que durou 45 anos

Os cadeados do amor

[21/05/2013 09:24:37] M: Caramba como você é turrão! São 9 horas da manhã do dia 21 de maio de 2013 e até agora nada, nem um sinal de vida! Não quer mais falar comigo? Já me bloqueou e me mandou para aquele lugar onde os fantasmas habitam, assombrando os vivos, falando sem serem ouvidos? E você não me dá nem a mesa com o copo prá eu me comunicar com você.

[21/05/2013 09:25:49] M: você fazia essa experiência quando era criança? Quando vovô morreu, duas tias puseram prá correr as crianças da sala porque elas iam conversar com o vovô – ou a gente que pensou isso, sei lá. Sabe como são as crianças né? O caso é que nosso quarto ficava bem em frente da sala da casa do meu tio, e lá de casa nós víamos tudo.

[21/05/2013 10:27:33] M: Sabe aquele negócio do copo andar sobre a mesa e o espírito de porco, digo, no copo, vai de um em um? Então, pelo menos as minhas tias falavam com os espíritos na mesa através do copo. Quer falar assim comigo? Quer? Um novo meio de comunicação entre nós?

[21/05/2013 19:34:30] M: Ou é vingança ancestral??! “Vingança é um prato que se come frio” – é isso?  Continuar lendo Os cadeados do amor

Que seja infinito enquanto dure

Como eu disse em “Sobre mim”, criei esse blog para trocar ideias sobre como andam os relacionamentos amorosos hoje em dia. Começo agora uma sequência de posts sobre minhas pesquisas sobre o amor. Diferente de um post comum, estes não terão propriamente um fim. São to be continued. Para que possam ser transformados em um livro, conforme meu desejo expresso quando criei esse blog.

[21/04/2013 03:43:35] M: Cadê você? Não vai mais falar comigo? O Almodóvar mandou você falar comigo – ele disse bem alto, prá todo mundo ouvir: Hable com ella (Fale com ela). Continuar lendo Que seja infinito enquanto dure

Réquiem* para o patriarca

– “Onde começa o cavalheirismo e termina o machismo?”, pergunta Bruno.

– “O que você acha?, eu digo.

– “Ontem eu tava numa roda conversando com um cara e várias mulheres – todas financeiramente independentes. Para elas o cara tem que pagar a conta do jantar – é uma ‘cortesia’ nunca deixá-las dividir”.

Bruno diz que, embora possa contar nos dedos as vezes em que dividiu uma conta, fica incomodado com a imposição de um modelo único, “clássico, que sempre deu merda prás mulheres”. Esses “pré-estabelecidos” não seriam expressão do “machismo”? “Qual sua opinião?” Continuar lendo Réquiem* para o patriarca

Do que os homens falam?

“Respondo os comentários ou escrevo o próximo post?”, perguntei pros meus botões.

Embalada pelas ondas batendo na quilha d’A Encalhada, logo estava navegando na praia dos comentários, que são tão interessantes que é melhor ir conversando com eles do que confiná-los às margens do texto. Estou falando dos comentários ao final dos dois posts – que são como a biruta no aeroporto, indicando a direção do vento e orientando a rota dos aviões.

“Navegar é preciso, viver não é preciso” né? Seria óbvio embarcar com Fernando Pessoa. Ok, o poeta português pode vir junto, assim como a minha (a nossa) infância: “A canoa virou/ lá no fundo do mar/ Foi por causa de Maria/ Que não soube remar”. Eita Maria que não tem jeito. Expulsa todo mundo do paraíso, vira a canoa e por querer casar fica lá encalhada esperando alguém tirá-la do fundo do mar.

   A Maria aqui tava encalhada na questão com a qual terminou o post anterior, encafifada com a história do tal ser condenado à solidão e que por medo inventou o amor. Nessa versão, que funde o dois em um como as duas metades de uma laranja, ninguém nunca está só. E mais uma vez lembrou da frase repetida sempre que a ocasião o exige:

– “Conhece aquela frase do Woody Allen citando o Groucho Marx?”, pergunto prá meu interlocutor quando converso sobre o amor.

– “Não, e qual é?”

– “Querida, de hoje em diante nós dois vamos ser um só…E esse um só sou eu”.

Eu disse “condenado à solidão” né? Pois é, nascemos e morremos sozinhos e não há cristo que mude isso.

E você sabia que há quem ache um grande barato a solidão e dela não abra mão em hipótese alguma? Como aquele aristocrata poderoso que gostava tanto de ficar sozinho que não deixava nem o médico dele chegar perto. O pobre do doutor tinha que fazer o diagnóstico do lado de fora do quarto. Pois bem, esse maníaco pela solidão construiu na casa dele um salão de baile prá dois mil convidados e, claro, nunca usou o salão.

Essa história de amor – e solidão – vai longe. Bem mais longe do que pode um único post. Como escrevi ao apresentar o blog aqui ao lado (“Sobre o blog”), esse é um dos temas que quero ir desenrolando. Passo a passo, post a post.

Intrigada – mas não surpresa – com a constatação de que a maioria dos comentários aqui tenha vindo das mulheres, fiquei pensando se eu não havia tocado os homens com meus posts. Nada disso, pensei, pois há comentários de homens sim, e muito bons. Continuar lendo Do que os homens falam?