“Cada dia pienso en ti”

Em 12 de agosto de 2012:

19:13: vamos namorar? Que tal? Se esperarmos mto mais tempo iremos parecer os personagens do amor no tempo do cólera kkk… viveremos num barco, rio abaixo, rio acima (clique aqui para assistir).

19:15: adorei esse livro. Não sabia desse filme dirigido por Mike Newell. O produtor Scott Steindorff levou 3 anos tentando convencer Garcia Márquez a liberar os direitos do filme e sabe o que ele dizia? Que ele era o próprio Florentino e que nunca desistiria. Com a determinação de uma pedra, como Florentino, ele acabou conseguindo e foi o próprio Garcia Márquez quem convidou a Shakira prá fazer a trilha sonora. Nessa amostra que te mandei dá prá ver a Fernanda Montenegro no papel da Trânsito Ariza, mãe do Florentino que, como você sabe, amou Fermina por toda a vida e, como você, saiu pelo mundo inscrevendo o nome deles nos bancos das praças e em tantos lugares pelos quais andou. Continuar lendo “Cada dia pienso en ti”

O amor é um sonho e o casamento o despertador

[25/05/2013 11:31:15] M: M(P), você é padre? Monge? Não me contou por que? Voto de silêncio, é isso. Tudo bem, eu não vou falar da minha raiva.

[25/05/2013 11:32:09] M: Você não precisa falar, marca X na alternativa correta, essa aqui ó: eu amo essa louca furiosa. Vai, fala aí. Diz que me ama, que tá com saudade do seu carrapato, que eu sou louca e me manda parar de delirar. Vai, tô esperando aqui.

[25/05/2013 11:33:19] M: o Neruda te ajuda: Te amo / Te amo de uma maneira inexplicável / de uma forma inconfessável / de um modo contraditório / Te amo com meus estados de ânimo que são muitos / E mudam de humor continuamente…(…) Com a ambivalência de minha alma / com a incoerência dos meus atos, / com a fatalidade do destino,/ com a conspiração do desejo /com a ambiguidade dos fatos./ Ainda quando te digo que não te amo, te amo; / até quando te engano, não te engano; / no fundo, levo a cabo um plano / para amar-te melhor./ Te amo sem refletir, inconscientemente, / irresponsavelmente, involuntariamente,/ por instinto, por impulso, irracionalmente. / De fato, não tenho argumentos lógicos / nem sequer improvisados / para fundamentar este amor que sinto por ti, / que surgiu misteriosamente do nada, / que não resolveu magicamente nada / e que milagrosamente, pouco a pouco, com pouco e nada, / melhorou o pior de mim…

[25/05/2013 11:49:59 AM] M: E a Alice disse pro gato: “Mas eu não quero me encontrar com gente louca”. “Você não pode evitar isso”, replicou o gato. “Todos nós aqui somos loucos. Eu sou louco, você é louca”. “Como você sabe que eu sou louca?”, perguntou Alice. “Só pode ser. Se não, não teria vindo prá cá”, disse o gato. Continuar lendo O amor é um sonho e o casamento o despertador

Que seja infinito enquanto dure

Como eu disse em “Sobre mim”, criei esse blog para trocar ideias sobre como andam os relacionamentos amorosos hoje em dia. Começo agora uma sequência de posts sobre minhas pesquisas sobre o amor. Diferente de um post comum, estes não terão propriamente um fim. São to be continued. Para que possam ser transformados em um livro, conforme meu desejo expresso quando criei esse blog.

[21/04/2013 03:43:35] M: Cadê você? Não vai mais falar comigo? O Almodóvar mandou você falar comigo – ele disse bem alto, prá todo mundo ouvir: Hable com ella (Fale com ela). Continuar lendo Que seja infinito enquanto dure

A camiseta rosa

Os homens se casam e se despedem de sua vida de solteiro. E, se acreditarmos na tradição, as mulheres não sofrem das dores de despedida de uma vida que, ao contrário, deixariam prá trás com alegria. Elas comemoram com um chá de panelas o reluzente futuro que terão, simbolizado pela cozinha, espaço privilegiado do seu reino e sala do trono da rainha do lar.

O tom nostálgico da despedida que embala a decisão do homem de se casar não faz parte do costume casamenteiro do chá de panela (que importamos dos Estados Unidos, o “kitchen shower”). Esta reunião só de mulheres atesta a felicidade da noiva entrando na sua “verdadeira” vida e realizando sua vocação: casamento, filhos, família.

Despedida de solteiro exala álcool, farra, luto e melancolia pelo que se perde, e anuncia o crepúsculo de uma vida que se vai. Chá de cozinha emana o cheiro da brisa do alvorecer do novo dia, do futuro que chega trazendo a euforia de um sonho realizado.  O noivo, “coitado”, se entrega a um grande sacrifício. Mas a noiva é toda ansiedade: não vê a hora de manusear a artilharia culinária com a qual dominará sua nova vida e comandará sua infantaria doméstica.

Pensava eu nessas coisas quando esbarrei numa cena inusitada. Andando na rua vi umas mulheres dançando, gritando, cantando com copos e garrafas nas mãos, numa verdadeira folia carnavalesca. Inibição zero – nelas e em mim, bisbilhotando a vida alheia. Essa farra feminina num espaço público de uma tarde de abril nada tinha a ver com as licenças concedidas pelo período momesco. Continuar lendo A camiseta rosa